O que é ser um homem ou uma mulher nos dias de hoje?
É uma pergunta muito complexa que para ser respondida, deveríamos
recorrer à Antropologia; à Psicologia; à Sociologia e à História...
O conteúdo é tão vasto e multifacetado, que fizemos um recorte para
analisar a publicidade e o impacto da indústria cultural na sociedade. Nosso
foco é “A imagem da mulher brasileira no exterior”, a luz da sociologia,
utilizando-se das teorias de gênero e de fetiche da mercadoria em Marx.
Em geral, os sociólogos usam o termo “sexo” para se referir às diferenças anatômicas e fisiológicas que
definem os corpos masculinos e femininos.
Gênero, em contrapartida, diz respeito às diferenças psicológicas,
sociais e culturais entre homens e mulheres. O gênero está ligado a noções socialmente
construídas de masculinidade e feminilidade; não é necessariamente um produto
direto do sexo biológico de um
individuo.
Abordagens
feminista.
As teorias feministas, em
relação à desigualdade do gênero contrastam visivelmente umas com as outras.
Escolas feministas que disputam entre si buscam explicar as
desigualdades de gênero através de uma variedade de processos sociais
profundamente arraigados, tais como o sexismo, o patriarcalismo, o capitalismo e
o racismo.
Podemos observar três principais ramificações de pensamento feminista Feminismo liberal, radical e negro sendo
que neste trabalho abordaremos os dois primeiros.
Feminismo liberal
O feminismo liberal procura as
explicações das desigualdades de gênero em atividades sociais e culturais. Ao
contrario das feministas radicais, as feministas liberais não veem a
subordinação como parte de um grande sistema ou estrutura. Ao contrario, direciona
sua atenção para muitos fatores distintos que contribuem para as desigualdades
entre homens e mulheres.
Concentrando-se nas privações sofridas pelas
mulheres – o sexismo, a discriminação, a barreira do preconceito, os salários
desiguais as, as feministas liberais compõe apenas um retrato parcial da
desigualdade de gênero.
Feminismo radical
No âmago do feminismo radical está a crença
de que os homens são responsáveis e beneficiados pela exploração das mulheres.
A análise
do patriarcado (a sistemática dominação
das mulheres pelos homens) é uma
preocupação central desse ramo do feminismo.
Argumentam que os homens exploram as mulheres ao contar com o serviço
doméstico gratuito fornecido pelas mulheres da casa.
Segundo Shulamith Firestone (1971),( uma das
primeiras escritoras feministas radicais) os homens controlam os papéis
feministas na reprodução e na criação dos filhos. Porque as mulheres
biologicamente são capazes de dar à luz, tornam-se materialmente dependentes
dos homens em proteção e sustento.
Sylvia Walby e sua
visão sobre o patriarcado
Sylvia Walby (1990) é uma
teórica que acredita que o conceito de patriarcado é essencial para qualquer análise da desigualdade de
gênero. Mas ela concorda que muitas críticas a ele são válidas.
Walby apresenta uma forma de
entender o patriarcado que é mais flexível que seus predecessores. Abre um
espaço às mudanças no tempo histórico e à consideração das diferenças étnicas e
de classe.
Ela distingue duas formas diferentes
de patriarcado: o patriarcado privado exercido pelo chefe de família dentro do
núcleo familiar e o patriarcado publico que é mais coletivo na forma, pois
mulheres são envolvidas em domínios públicos, como a politica, e o mercado de
trabalho, mas permanecem segregadas da herança, do poder e do status.
Walby identifica seis estruturas
pelas quais o patriarcado opera:
A Produção de relações no núcleo
doméstico; O Trabalho remunerado; O estado patriarcal;
A Violência
masculina e mais duas estruturas explicitas nos próximos parágrafos.
Relações patriarcais na
sexualidade – estas se manifestam na “heterossexualidade compulsória” e no
uso de duplo padrão sexual entre homens e mulheres (em que “ regras” diferentes
são validas para o comportamento sexual)
Instituições culturais patriarcais
– uma variedade de instituições e práticas – incluindo a mídia, a religião e a
educação – produz representações das mulheres “a partir de um olhar
patriarcal”. Essas representações influenciam as identidades das mulheres e
prescrevem padrões aceitáveis de comportamento e ação.
A partir do momento em que se fala em diferenças sociais criada pelas
Instituições culturais patriarcais, como um importante mecanismo do
capitalismo, podemos identificar o
pensamento Marxista.
Seguindo o pensamento de Karl Marx concluímos que:
No capitalismo o trabalhador perde a autonomia do processo
produtivo, passa a ser submisso aos administradores, especialmente a partir do
aparecimento de modernas máquinas, Marx chama de alienação. A consequência da
divisão do trabalho que é a alienação produz o fetiche da mercadoria, é como se
a mercadoria tivesse vida própria. O fetiche ocultaria a principal
característica, que é ser fruto do trabalho humano.
Partindo dessa ideia, a mídia coloca para os consumidores a
necessidade de possuir cada vez mais “coisas” para fomentar o consumismo. O
fetiche da mercadoria é a necessidade de possui-la para saciar seus desejos e
prazeres.
O corpo é uma mercadoria, segundo os promotores da beleza artificial
ou comprada.
A mercantilização surgiu no século XVII e XVIII. E mercadoria, segundo
o dicionário é um substantivo feminino que indica tudo o que é produto
comercial que pode ser vendido ou comprado. (minidicionário Luft. Pg 453)
Porém, Marshall aponta duas formas de mercadorias: a) gastos com
alimentação, vestimenta, habitação, ou seja, consumo básico de sobrevivência;
b) excesso de consumo, extravagancia, ostentação e a satisfação dos sentidos e
busca do prazer.
Atualmente, o “corpo perfeito” desejo e obsessão de muitos (mito
“mente sã, corpo são”) criou a indústria da beleza, as cirurgias plásticas, as
academias, os suplementos alimentares...
Morin, mostra como esta ideia está sendo uma cultura de massa e a
erotização do mercado moderno.
A sociedade capitalista compra a beleza, a estética e o brilho
artificial.
Assim sendo, o homem não busca somente a estética em produtos externos
(na mercadoria externa) mas busca a estética nele mesmo. Ele se torna sua
matéria prima e é ele mesmo um produto de si.
E a mulher brasileira???
Como pudemos observar segundo os teóricos contemporâneos as mulheres
ainda estão em processo de reconstrução de sua nova identidade.
Mas, a imagem da mulher brasileira através de propagandas, novelas e
na mídia em geral, esta sendo denegrida além das fronteiras brasileiras.
Desde os filmes de Carmem Miranda dançando “tico tico cá, tico tico
lá” mostrando o ventre na dança do samba, houve uma construção equivocada da
imagem da mulher brasileira. (Espalhafatosa, sensual, insinuante e provocante)
Nessa propaganda fica claro a estigmatização que se tem sobre a mulher
brasileira fora do país.
Esta embalagem de um “vulcão em chamas” criada para a mulher
brasileira é uma ideia que gera distorções e problemas. É uma imagem negativa
que pode criar a possibilidade até mesmo
de atrair o “turismo sexual” para o Brasil.
É importante ressaltar que esta visão da mulher brasileira ajuda a “justificar” o porquê de alguns
problemas sociais.
Como por exemplo: as altas taxas de prostituição infantil e gravidez
na adolescência, devido a vulgarização da imagem da mulher brasileira.
A mulher brasileira não é diferente de nenhuma mulher do mundo, mas é
vista como uma mulher fatal, que só pensa em sexo e festa.
O corpo está sendo uma mercadoria que pode ser
vendido e exposto como um produto qualquer e atualmente podemos observar esse
comportamento no Brasil.
Bibliografia:
http://fofas.adnet.med.br/main/a_beleza_artificial.htm
http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/217430
http://www.wscom.com.br/blog/rui_leitao/post/post/O+Perigo+do+Turismo+Sexual-7224
http://www.infoescola.com/filosofia/o-fetichismo-da-mercadoria-na-obra-de-karl-marx/
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20120413190657AA3GbSf
durkeim--karl-marx--max-weber--cultura-e-sociedade.html
Por:
Alex
Fander
Ivo
Alex
Fander
Ivo
Olá meninos, gostei muito do trabalho ele está bem elaborado e amparado em dados bibliográficos. Não posso opinar muito nos conceitos sociológicos, mas como aprendiz desses conceitos, achei o trabalho bem didático. Quanto ao texto em si, a uma diferença bem gritante, entre as partes citadas e as redigidas por vocês, nesse tipo de trabalho temos que manter uma linha no uso da linguagem, no caso, vocês deveriam ter utilizado mais o uso padrão da língua, ok!! O vídeo, então, é sensacional! Parabéns!!
ResponderExcluirNota:20
Lia
Muito Bom!
ResponderExcluirMuito bom meninos, há algumas coisas que poderiam ser melhoradas,com mais tempo e algum recorte e foco, mas mesmo assim, parabens!
ResponderExcluir