terça-feira, 17 de abril de 2012

A imagem da mulher brasileira no exterior


O que é ser um homem ou uma mulher nos dias de hoje?
É uma pergunta muito complexa que para ser respondida, deveríamos recorrer à Antropologia; à Psicologia; à Sociologia e à História...

O conteúdo é tão vasto e multifacetado, que fizemos um recorte para analisar a publicidade e o impacto da indústria cultural na sociedade. Nosso foco é “A imagem da mulher brasileira no exterior”, a luz da sociologia, utilizando-se das teorias de gênero e de fetiche da mercadoria em Marx.

Em geral, os sociólogos usam o termo “sexo” para se referir  às diferenças anatômicas e fisiológicas que definem os corpos masculinos e femininos.  Gênero, em contrapartida, diz respeito às diferenças psicológicas, sociais e culturais entre homens e mulheres. O gênero está ligado a noções socialmente construídas de masculinidade e feminilidade; não é necessariamente um produto direto do sexo  biológico de um individuo.
Abordagens feminista.
As teorias feministas, em relação à desigualdade do gênero contrastam visivelmente umas com as outras.
Escolas feministas que disputam entre si buscam explicar as desigualdades de gênero através de uma variedade de processos sociais profundamente arraigados, tais como o sexismo, o patriarcalismo, o capitalismo e o racismo.

Podemos observar três principais ramificações de pensamento feminista Feminismo liberal, radical e negro sendo que neste trabalho abordaremos os dois primeiros.

Feminismo liberal
O feminismo liberal procura as explicações das desigualdades de gênero em atividades sociais e culturais. Ao contrario das feministas radicais, as feministas liberais não veem a subordinação como parte de um grande sistema ou estrutura. Ao contrario, direciona sua atenção para muitos fatores distintos que contribuem para as desigualdades entre homens e mulheres. 
Concentrando-se nas privações sofridas pelas mulheres – o sexismo, a discriminação, a barreira do preconceito, os salários desiguais as, as feministas liberais compõe apenas um retrato parcial da desigualdade de gênero.

Feminismo radical
No âmago do feminismo radical está a crença de que os homens são responsáveis e beneficiados pela exploração das mulheres.

 A análise do patriarcado  (a sistemática dominação das mulheres pelos homens)  é uma preocupação central desse ramo do feminismo.  Argumentam que os homens exploram as mulheres ao contar com o serviço doméstico gratuito fornecido pelas mulheres da casa.

Segundo Shulamith Firestone (1971),( uma das primeiras escritoras feministas radicais) os homens controlam os papéis feministas na reprodução e na criação dos filhos. Porque as mulheres biologicamente são capazes de dar à luz, tornam-se materialmente dependentes dos homens em proteção e sustento.

Sylvia Walby e sua visão sobre o patriarcado
Sylvia Walby (1990) é uma teórica que acredita que o conceito de patriarcado é essencial  para qualquer análise da desigualdade de gênero. Mas ela concorda que muitas críticas a ele são válidas.
Walby apresenta uma forma de entender o patriarcado que é mais flexível que seus predecessores. Abre um espaço às mudanças no tempo histórico e à consideração das diferenças étnicas e de classe.

Ela distingue duas formas diferentes de patriarcado: o patriarcado privado exercido pelo chefe de família dentro do núcleo familiar e o patriarcado publico que é mais coletivo na forma, pois mulheres são envolvidas em domínios públicos, como a politica, e o mercado de trabalho, mas permanecem segregadas da herança, do poder e do status.

Walby identifica seis estruturas pelas quais o patriarcado opera:
A Produção de relações no núcleo doméstico; O Trabalho remunerado; O estado patriarcal;     

A Violência masculina e mais duas estruturas explicitas nos próximos  parágrafos.

Relações patriarcais na sexualidade – estas se manifestam na “heterossexualidade compulsória” e no uso de duplo padrão sexual entre homens e mulheres (em que “ regras” diferentes são validas para o comportamento sexual)

Instituições culturais patriarcais – uma variedade de instituições e práticas – incluindo a mídia, a religião e a educação – produz representações das mulheres “a partir de um olhar patriarcal”. Essas representações influenciam as identidades das mulheres e prescrevem padrões aceitáveis de comportamento e ação.

A partir do momento em que se fala em diferenças sociais criada pelas Instituições culturais patriarcais, como um importante mecanismo do capitalismo, podemos  identificar o pensamento Marxista.
Seguindo o pensamento de Karl Marx concluímos que:

No capitalismo o trabalhador perde a autonomia do processo produtivo, passa a ser submisso aos administradores, especialmente a partir do aparecimento de modernas máquinas, Marx chama de alienação. A consequência da divisão do trabalho que é a alienação produz o fetiche da mercadoria, é como se a mercadoria tivesse vida própria. O fetiche ocultaria a principal característica, que é ser fruto do trabalho humano.

Partindo dessa ideia, a mídia coloca para os consumidores a necessidade de possuir cada vez mais “coisas” para fomentar o consumismo. O fetiche da mercadoria é a necessidade de possui-la para saciar seus desejos e prazeres.

O corpo é uma mercadoria, segundo os promotores da beleza artificial ou comprada.

A mercantilização surgiu no século XVII e XVIII. E mercadoria, segundo o dicionário é um substantivo feminino que indica tudo o que é produto comercial que pode ser vendido ou comprado. (minidicionário Luft. Pg 453)

Porém, Marshall aponta duas formas de mercadorias: a) gastos com alimentação, vestimenta, habitação, ou seja, consumo básico de sobrevivência; b) excesso de consumo, extravagancia, ostentação e a satisfação dos sentidos e busca do prazer.

Atualmente, o “corpo perfeito” desejo e obsessão de muitos (mito “mente sã, corpo são”) criou a indústria da beleza, as cirurgias plásticas, as academias, os suplementos alimentares...

Morin, mostra como esta ideia está sendo uma cultura de massa e a erotização do mercado moderno.
A sociedade capitalista compra a beleza, a estética e o brilho artificial.

Assim sendo, o homem não busca somente a estética em produtos externos (na mercadoria externa) mas busca a estética nele mesmo. Ele se torna sua matéria prima e é ele mesmo um produto de si.
E a mulher brasileira???

Como pudemos observar segundo os teóricos contemporâneos as mulheres ainda estão em processo de reconstrução de sua nova identidade.

Mas, a imagem da mulher brasileira através de propagandas, novelas e na mídia em geral, esta sendo denegrida além das fronteiras brasileiras.

Desde os filmes de Carmem Miranda dançando “tico tico cá, tico tico lá” mostrando o ventre na dança do samba, houve uma construção equivocada da imagem da mulher brasileira. (Espalhafatosa, sensual, insinuante e provocante)

Nessa propaganda fica claro a estigmatização que se tem sobre a mulher brasileira fora do país.
Esta embalagem de um “vulcão em chamas” criada para a mulher brasileira é uma ideia que gera distorções e problemas. É uma imagem negativa que pode criar a possibilidade até mesmo  de atrair o “turismo sexual” para o Brasil.

É importante ressaltar que esta visão da mulher brasileira  ajuda a “justificar” o porquê de alguns problemas sociais.

Como por exemplo: as altas taxas de prostituição infantil e gravidez na adolescência, devido a vulgarização da imagem da mulher brasileira.

A mulher brasileira não é diferente de nenhuma mulher do mundo, mas é vista como uma mulher fatal, que só pensa em sexo e festa.  

O corpo  está sendo uma mercadoria que pode ser vendido e exposto como um produto qualquer e atualmente podemos observar esse comportamento no Brasil.

Bibliografia:
http://fofas.adnet.med.br/main/a_beleza_artificial.htm
http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/217430
http://www.wscom.com.br/blog/rui_leitao/post/post/O+Perigo+do+Turismo+Sexual-7224
http://www.infoescola.com/filosofia/o-fetichismo-da-mercadoria-na-obra-de-karl-marx/
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20120413190657AA3GbSf
 durkeim--karl-marx--max-weber--cultura-e-sociedade.html

Por:
Alex
Fander
Ivo







3 comentários:

  1. Olá meninos, gostei muito do trabalho ele está bem elaborado e amparado em dados bibliográficos. Não posso opinar muito nos conceitos sociológicos, mas como aprendiz desses conceitos, achei o trabalho bem didático. Quanto ao texto em si, a uma diferença bem gritante, entre as partes citadas e as redigidas por vocês, nesse tipo de trabalho temos que manter uma linha no uso da linguagem, no caso, vocês deveriam ter utilizado mais o uso padrão da língua, ok!! O vídeo, então, é sensacional! Parabéns!!
    Nota:20
    Lia

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  2. Muito bom meninos, há algumas coisas que poderiam ser melhoradas,com mais tempo e algum recorte e foco, mas mesmo assim, parabens!

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